Encher os pneus com azoto: vantagens e desvantagens

Uma vez que o enchimento dos pneus com azoto é uma prática comum nas corridas de automóveis, o processo é suposto ser perfeito. O único problema, ao que parece, é que, ao contrário do enchimento normal, este serviço não está disponível em todo o lado. Além disso, é  obviamente impossível ser o próprio a encher os seus pneus com azoto. Porquê? Como obter o azoto? O azoto utilizado é puro e comprimido. Só pode ser armazenado em garrafas especiais seladas.

O enchimento com azoto deveria ser reservado aos automóveis desportivos (carros de corrida) e às limusinas. Mas será a situação assim tão simples? Na realidade, não. Mesmo os proprietários de veículos de luxo são confrontados com a complexidade e o custo do enchimento com azoto.

Comecemos por analisar as desvantagens do processo: 

• Possibilidade de encher os pneus com azoto: o azoto em questão só é distribuído por empresas químicas. Como é puro e  comprimido, deve ser armazenado em garrafas seladas fornecidas à oficina de automóveis. As garrafas de gás comprimido devem ser armazenadas de forma adequada e segura.
• O pneu só pode ser enchido com uma garrafa especial. O enchimento com azoto não pode ser feito em qualquer oficina nem numa área de serviço com um compressor de ar.
• Não é possível controlar a pressão dos pneus com o manómetro da bomba ou do compressor. Neste caso, os manómetros normais ou eletrónicos não têm qualquer utilidade.
• O enchimento com azoto não pode ser complementado com ar. Só pode ser utilizado azoto.

Quais são então as vantagens do enchimento com azoto?

• Os pneus cheios com azoto mantêm a pressão correta durante muito mais tempo, porque o volume de azoto puro e comprimido não é afetado pelas alterações de temperatura. A pressão adequada é muito estável,  especialmente quando há grandes variações de temperatura, por exemplo, no inverno ou durante uma onda de calor.
• Os pneus cheios com azoto conservam sempre a sua rigidez, quer seja no inverno ou durante as ondas de calor do verão. Esta rigidez evita que o pneu rebente e se desgaste prematuramente. Além disso, o pneu não se deforma, o que também contribui para uma melhor vida útil.
• Os pneus cheios com azoto desgastam-se menos rapidamente. Isto deve-se claramente ao azoto puro, que não contém impurezas nem humidade. Normalmente, os pneus são cheios com ar comprimido não tratado, que pode conter humidade e impurezas como o óleo. Estes fatores reduzem a vida útil dos pneus. Por outras palavras, promovem o desgaste prematuro do pneu e, em particular, o envelhecimento da borracha.
• Não existe reação química entre o azoto e o metal. Como tal não há o risco de as jantes e de a sua face interior enferrujarem. Por outro lado, o ar comum reage com o metal, o que oxida as jantes de aço. Quando aparece ferrugem no talão, a estanqueidade do pneu pode ser afetada.
• Os pneus cheios com azoto facilitam o controlo do veículo. Ao curvar, a tração é melhor. A distância de paragem também é reduzida e a transmissão do binário do motor é otimizada.

O enchimento com azoto é uma alternativa interessante ao enchimento comum. Uma das principais vantagens do azoto é a sua capacidade de conservar os pneus e as jantes. O enchimento de pneus com azoto é, portanto, uma prática  particularmente adequada para as empresas com frotas. Pode aplicá-la aos pneus dos veículos pesados, às carrinhas de distribuição ou a outros veículos muito utilizados da sua frota.

O azoto é perfeitamente adequado para encher pneus Runflat. Em caso de furo ou perda de pressão, os pneus deste tipo permitem-lhe chegar à oficina mais próxima (percorrendo algumas dezenas de quilómetros a uma velocidade razoável, normalmente 80 km/h). Mesmo que os sensores TPMS sinalizem um problema, conseguirá chegar à empresa mais próxima abastecida com azoto. Por fim, recomendamos que tenha sempre disponível uma roda temporária ou uma roda sobresselente normal. Em caso de perda de pressão, tem de mudar a roda e dirigir-se à oficina para encher com azoto.